Vivemos um momento tão comum neste mês de Abril em grande parte do mundo que ocorre um frenesim pela compra dos melhores e mais gostosos ovos de chocolate, bombons e outros doces de chocolate. Como que o amor ao dinheiro é a raíz de todos os males, gerado pelos grandes empresários indústrias pode tirar o lugar de Cristo da Páscoa? É claro que a massa consumidora que não fazem uma análise crítica não estão isentos da culpa.
Neste estudo quero mostrar as origens da Páscoa entre os antigos hebreus, seu desenvolvimento na era cristã, os acréscimos feitos a esta festa e o grande significado da Páscoa para os cristãos. Concluindo mostrando o porquê a Páscoa é a mais importante festa cristã.
I-A PÁSCOA ENTRE OS ANTIGOS HEBREUS.
1.1.Origem da palavra Páscoa.
A palavra Páscoa originalmente vem do hebraico, Pesah ou Pesahim, significa 'passagem' ou 'travessia', pode ser que a palavra fosse derivado do egípcio e estivesse ligada com idéia de lembrança.
1.2.Surgimento da Páscoa.
Existem algumas teorias a respeito do surgimento da celebração da Páscoa. Como a Páscoa surge entre os hebreus e em sua história há um evento sugerido pelos teólogos como sendo a principal teoria que transmite a idéia de passagem ou travessia. Acontece no Egito o qual o SENHOR ordena a Moisés e Arão a celebração de uma cerimônia onde um cordeiro sem defeito fosse sacrificado e seu sangue tingiria os umbrais das portas do povo de Israel. E durante a noite comeriam a carne assada, com pães asmos e ervas amargas. Tal ato o SENHOR diz a Moisés que "(...) é a Páscoa do SENHOR". Naquela noite o SENHOR passaria na terra do Egito e toda casa que não
possui-se o sinal do sangue o primogênito morreria. Por isso Páscoa (passagem) porque o SENHOR passaria na terra do Egito.
1.3.O significado da Páscoa para os hebreus.
O significado da Páscoa é bem simples, trata-se da festa da libertação, da salvação milagrosa, a festa da fuga do cativeiro no Egito.
II_A PÁSCOA NA ERA CRISTÃ.
2.1.A Páscoa nos dias de Cristo.
Era celebrada no dia quatorze de NIsan (equivalente ao nosso calendário ao mês de março/abril), que correspondia à lua cheia do equinócio de inverno: a data era fixa, portanto, diferindo da páscoa cristã, pois os meses judaicos eram lunares. Os ritos, em sua essência eram os meses encontrados no capítulo 12 de Êxodo. O cordeiro pascal continuava então sendo sacrificado e o seu sangue espalhado com um ramo de hissopo nas ombreiras e batentes da porta, e o povo ainda comia pão sem fermento e a carne do cordeiro.
A cerimônia ocorria da seguinte maneira: Na véspera do décimo-quarto dia de Nisan tudo tinha lugar no templo. Cada homem já escolhera e comprara o cordeiro sem mácula de um ano exigido pela Lei, ele era entregue aos sacrificadores que ficavam na entrada do pá´tio dos sacerdotes (parte do templo construído por Herodes), e um toque de trombeta dava o sinal para cada sacrifício. Depois do cordeiro sacrificado era levado por seus doadores a fim de ser comido na refeição ritual.
O tratado Pesahim (Talmud) nos dá os detalhes mais exatos desta refeição. Os ossos do cordeiro não podiam ser quebrados e a carne precisava ser assada e não cozida. Depois de pronta, primeiramente molhavam pão sem fermento num molho vermelho chamado haseret e bebiam um primeiro copo de vinho com uma bênção, depois recitavam o Salmo 114, e a seguir bebiam algumas gotas de água salgada, em memória da lágrimas derramadas por seus ancestrais e então começavam a comer o cordeiro, acompanhado de ervas amargas, rábano silvestre, louro, manjerona, timo e manjericão. mais dois copos de vinho eram bebidos, passando de mão em mão, e o terceiro, tomado com particular solenidade, era chamado de "cálice da bênção". Neste ponto todos cantavam juntos o Hallel, cântico de gratidão, composto dos seis Salmos 113-118.
2.2.Páscoa base para a ceia do SENHOR.
A passagem tão conhecida intitulada pelas versões mais populares em português da Bíblia "A última ceia". Não leva este nome no texto bíblico. Os discípulos perguntaram a Jesus: "Onde queres que te preparemos para comer a Páscoa?" Aqui está um indício que a celebração da ceia ou Eucaristia teve como base a festa judaica da Páscoa. A celebração da ceia é uma adaptação da Páscoa judaica, isto é claro agora com o foco para Cristo. Jesus ao instituir a celebração da ceia não pede para lembrar dos feitos que libertaram o povo da escravidão do Egito, ele traz o foco para sua pessoa. Dois elementos que eram utilizados na celebração da Páscoa são usados o pão que passou a simbolizar o corpo de Cristo e o cálice de vinho simbolizando seu sangue. Outras características aparecem na instituição da ceia que lembram a Páscoa judaica um é o ato de render "graças" antes de beber o cálice, o outro o de compartilhar o mesmo, "bebei dele todos".
Mais uma prova que a Páscoa é base para o surgimento da ceia é que tal celebração ocorreu no mesmo período que celebrava-se a Páscoa. "E no primeiro dia em que se comiam os pães ázimos quando se imolava a Páscoa, disseram-lhe seus discípulos: onde queres que nós vamos preparar-te para comeres a Páscoa?"(Mc14:12)
Não posso dizer com exatidão que esta última Páscoa celebrada por Jesus e seus discípulos todos elementos comuns deveriam estar presentes, como: o cordeiro sacrificado, o pão sem fermento, ervas amargas, etc, contudo a partir daquela noite para os discípulos a Páscoa tomou um novo rumo, passou ser A CEIA DO SENHOR.
III-ACRÉSCIMOS FEITOS A PÁSCOA.
3.1.O ovo.
Bem, o ovo também simboliza o nascimento, a vida que retorna. O costume de presentear as pessoas na época da Páscoa com ovos ornamentados e coloridos começou na antigüidade. Eram verdadeiras obras de arte! Os egípcios e persas costumavam tingir ovos com as cores primaveras e os davam a seus amigos. Os persas acreditavam que a Terra saíra de um ovo gigante.
Os cristãos primitivos da Mesopotâmia foram os primeiros a usar ovos coloridos na Páscoa. Em alguns países europeus, os ovos são coloridos para representar a alegria da ressurreição. Na Grã-Bretanha, costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos dados aos amigos. Na Alemanha, os ovos eram dados às crianças junto de outros presentes na Páscoa. Na Armênia decoravam ovos ocos com retratos de Cristo, da Virgem Maria e de outras imagens religiosas. No século XIX, ovos de confeito decorados com uma janela em uma ponta e pequenas cenas dentro eram presentes populares Mas os ovos ainda não eram comestíveis. Pelo menos como a gente conhece hoje, com todo aquele chocolate. Atualmente, as crianças encontram ovos de chocolate ou "ninhos" cheios de doces nas mesas na manhã de Páscoa. No Brasil, as crianças montam seus próprios "cestinhos de Páscoa", enchem-no de palha ou papel, esperando o coelhinho deixar os o vinhos durante a madrugada. Nos Estados Unidos e outros países as crianças saem na manhã de Páscoa pela casa ou pelo quintal em busca dos ovinhos escondidos. Em alguns lugares os ovos são escondidos em lugares públicos e as crianças da comunidade são convidadas a encontrá-los, celebrando uma festa comunitária.
3.2.O coelho.
A tradição do coelho da Páscoa foi trazida à América por imigrantes alemães em meados de 1700. O coelhinho visitava as crianças, escondendo os ovos coloridos que elas teriam de encontrar na manhã de Páscoa. Uma outra lenda conta que uma mulher pobre coloriu alguns ovos e os escondeu em um ninho para dá-los a seus filhos como presente de Páscoa. Quando as crianças descobriram o ninho, um grande coelho passou correndo. Espalhou-se então a história de que o coelho é que trouxe os ovos. A mais pura verdade, alguém duvida? No antigo Egito, o coelho simbolizava o nascimento e a nova vida. Alguns povos da Antigüidade o consideravam o símbolo da Lua. É possível que ele se tenha tornado símbolo pascal devido ao fato de a Lua determinar a data da Páscoa. Mas o certo mesmo é que a origem da imagem do coelho na Páscoa está na fertililidade que os coelhos possuem. Geram grandes ninhadas!
3.3.O chocolate.
Quem sabe o que é "Theobroma"? Pois este é o nome dado pelos gregos ao "alimento dos deuses", o chocolate. "Theobroma cacao" é o nome científico dessa gostosura chamada chocolate. Quem o batizou assim foi o botânico sueco Linneu, em 1753. Mas foi com os Maias e os Astecas que essa história toda começou. O chocolate era considerado sagrado por essas duas civilizações, tal qual o ouro.Na Europa chegou por volta do século XVI, tornando rapidamente popular aquela mistura de sementes de cacau torradas e trituradas, depois juntada com água, mel e farinha. Vale lembrar que o chocolate foi consumido, em grande parte de sua história, apenas como uma bebida. Em meados do século XVI, acreditava-se que, além de possuir poderes afrodisíacos, o chocolate dava poder e vigor aos que o bebiam. Por isso, era reservado apenas aos governantes e soldados. Aliás, além de afrodisíaco, o chocolate já foi considerado um pecado, remédio, ora sagrado, ora alimento profano. Os astecas chegaram a usá-lo como moeda, tal o valor que o alimento possuía. Chega o século XX, e os bombons e os ovos de Páscoa são criados, como mais uma forma de estabelecer de vez o consumo do chocolate no mundo inteiro. É tradicionalmente um presente recheado de significados. E não é só gostoso, como altamente nutritivo, um rico complemento e repositor de energia. Não é aconselhável, porém, consumi-lo isoladamente. Mas é um rico complemento e repositor de energia.
IV-CRISTO A NOSSA PÁSCOA.
4.1.O cordeiro de Deus.
Paulo em I Coríntios 5:7 mostra o novo sentido que a Páscoa passou a ter para os cristãos primitivos, ele diz: "Lançai fora o fermento velho, para que sejas uma nova massa, assim como sois sem fermento. Pois Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós." Todo o significado que o cordeiro tinha na Páscoa judaica passa agora para Cristo ele é o cordeiro imolado para libertação do povo.
Em um dos encontros iniciais de João Batista com Jesus ele dá uma declaração que também demonstra a fé pascal, ele disse assim a respeito de Jesus: "(...) Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!"
A morte de Jesus por ocasião da Páscoa judaica sacraliza sua missão de cordeiro de Deus para salvar a humanidade. O seu nome significa isso o SENHOR é salvação. Este é o novo sentido que a Páscoa tem para os cristãos, Jesus o novo cordeiro sem mácula, morto e seu sangue como sinal de remissão de pecados. E esta nova ordem que Jesus trouxe ao mundo fundamentasse justamente no derramamento de seu sangue. Paulo diz fazendo alusão a ceia do SENHOR: "(...) Este é a Nova Aliança no meu sangue, fazei isto todas as vezes que beberdes em memória de mim"
A fé pascal em Jesus como o cordeiro de Deus é um dos fundamentos da fé cristã.
4.2.A ressurreição.
Por ocasião da Páscoa após a morte de Jesus ao terceiro dia ocorre o evento mais importante do mundo e o fundamento para fé em Jesus que é a sua ressurreição.
Paulo diz em combate a uma heresia sobre a ressurreição: "e, se Cristo não ressurgiu, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé."
A fé pascal não para apenas na morte do cordeiro de Deus, mas em sua ressurreição. A ressurreição de Cristo é outro evento fundamental para fé cristã, pois só a morte de Cristo não revela de forma absoluta que ele era o Filho de Deus, mas na ressurreição Cristo mostra seu poder e autoridade sobre a morte anunciando assim de forma visível a sua divindade e mostrando o que ocorrerá como os cristãos no último dia.
CONCLUSÃO:
No final do ano ocorre outra festa cristã que também é manchada pelo apelo comercial, porém a mesma possui um status bem maior, onde se festeja o nascimento de Jesus. Em grau de escala a festa do natal recebe uma atenção bem maior do que a Páscoa cristã. É claro que o nascimento do salvador não é um evento comum, contudo nascer, crescer e morrer é algo natural a todos os homens comuns, agora morrer e ressuscitar é algo miraculoso. E na Páscoa aproximadamente 2007 anos atraz Jesus morreu e ressuscitou trazendo libertação da escravidão do pecado a todos que crêem no seu sacrifício. Por isso tudo a PÁSCOA É A FESTA CRISTÃ MAIS IMPORTANTE.
Emmanuel Neto
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
OS DESAFIOS DO BRASIL
Para levar os crentes a testemunharem com ousadia e coragem onde estão e através dos campos, conheça os múltiplos desafios do Brasil.
1.O BRASIL DOS POVOS NÃO-ALCANÇADOS
O Brasil é um país de extrema riqueza étnica. As nações indígenas, européias e africanas têm produzido em nossa nação uma variedade e complexidade cultural igualadas por poucos países modernos.
Mais da metade do nosso povo é de origem européia (53%): portugueses, italianos, espanhóis e alemães. Outro segmento da nossa população é de origem africana (11%). Mais de um terço de nós, somos uma mistura de sangue europeu, africano e índio (34,8%). Entre esses três tipos o evangelho tem encontrado bastante receptividade. No entanto, o mesmo não acontece com os outros povos étnicos do Brasil. Há muitos povos dentro do Brasil que ainda não ouviram sobre Jesus e não possuem nenhuma parte da Palavra de Deus traduzida para sua língua. Em alguns casos, a resistência ao evangelho tem sido tão grande que eles não têm um igreja forte o suficiente para alcançar o restante do povo. Os principais povos não-alcançados do Brasil são os: indígenas, orientais e os muçulmanos.
Povos Indígenas - Hoje há no Brasil cerca de 315 mil índios espalhados em 251 tribos. Nenhuma dessas tribos possui a Bíblia completa em sua própria língua! Apenas 129 delas têm tido contato com o evangelho através de missionários evangélicos. Este complicado quadro acontece pelo resultado de três barreiras:
Barreira lingüística - Entre as tribos indígenas, fala-se mais de 180 línguas diferentes. Apenas 34 têm o Novo Testamento. Precisamos de mais obreiros dispostos a traduzir a Bíblia para as línguas indígenas. Isso exige muita dedicação e paciência, mas é imprescindível que o povo ouça e cresça na Palavra de Deus.
Barreira Geográfica - na maioria dos casos as tribos residem em áreas de difícil acesso, longe de cidades modernas ou até mesmo de estradas.Barreira Política - a postura atual da FUNAI é a de vetar a entrada de missionários em muitas tribos.
Povos Orientais - A maior concentração de japoneses, fora do Japão, está no Brasil. Mais de um 1.400.000 japoneses, estão espalhados pelo Brasil todo, especialmente no interior do Estado de São Paulo. Um percentual muito alto dos japoneses é católico (60%). São poucas as missões que focalizam os japoneses, que hoje só contam com 80 igrejas evangélicas e 7 mil crentes adultos (menos de 1% da comunidade toda).Mais de 160.000 chineses moram no Brasil. Comparados aos grandes avanços do Evangelho na China, este povo tem mostrado pouca receptividade no Brasil.
Povos Muçulmanos - Talvez o povo mais resistente ao Evangelho, os muçulmanos têm imigrado ao Brasil principalmente do Oriente Médio. Crentes em Ala (Deus), o Alcorão (seu livro sagrado) e em Maomé (seu profeta), os muçulmanos negam a divindade de Jesus e até mesmo sua morte na cruz. Em 1980, o censo do IBGE mostrou que no Estado de São Paulo havia 5.427 libaneses e 1.950 sírios. Mas parece que dos anos 80 para cá, houve um crescimento significativo de árabes muçulmanos. E ninguém sabe ao certo quantos há no Brasil hoje. Uma reportagem na TV Globo em 1993 constatou a presença de pelo menos 55 mesquitas no Brasil. Muitos acham que hoje existam muito mais do que isso. Vindos da Síria, da Arábia Saudita, do Líbano e da Palestina, os árabes muçulmanos já se dedicaram a espalhar o islamismo aqui no Brasil. Muitas vezes é possível ver missionários muçulmanos nas rodoviárias e aeroportos brasileiros fazendo suas orações voltados para Meca. Em 1993 os muçulmanos compraram um sítio em São Bernardo para construção de um “Centro Latino-Americano para o Treinamento de Missionários Muçulmanos”. Seguindo um plano ambicioso de islamizar a América Latina, virão missionários muçulmanos de muitos países árabes para serem treinados e enviados pelo continente. No Brasil os maiores redutos de árabes muçulmanos ficam em São Paulo, Belo Horizonte e Foz do Iguaçu.
2.O BRASIL NÃO EVANGELIZADO
Havia muita controvérsia sobre quantos evangélicos existiam no Brasil. Alguns líderes afirmavam que no Brasil havia 35 milhões, 40 milhões e até 50 milhões de evangélicos.
Mas segundo dados do Censo 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, apenas 26,1 milhões de brasileiros se declararam evangélicos. Esses números nos dão uma idéia mais clara do tamanho da Igreja Evangélica do Brasil e devem nos conscientizar de que, apesar do grande crescimento da igreja evangélica, o Brasil, não pode se considerar ainda um país totalmente evangelizado.
O Crescimento da Igreja Evangélica no Brasil - Agradecemos a Deus o extraordinário crescimento que Ele tem dado à Igreja Evangélica no Brasil! Houve um crescimento de 71% em relação ao Censo de 1991. Dos 169.799.170 brasileiros, 15,4% declaram que Jesus Cristo é o Senhor. Um crescimento impressionante, principalmente se considerar-mos que há pouco mais de 100 anos, dos 14 milhões de brasileiros entrevistados no Censo de 1890, menos de 150 mil, 1% da população, se declaravam evangélicos.
Os dados divulgados pelo IBGE no dia oito de maio, apresentaram algumas novidades, mas no geral só veio a confirmar o que nós já sabíamos: os evangélicos estão avançando.
A presença evangélica no país não é igual em todas as regiões - A pesquisa revelou que o crescimento evangélico é maior na cidade que no campo; e menor no Nordeste e no Sul, que nas demais regiões do país. O Norte e o Centro-Oeste são as regiões que apresentam as maiores proporções de evangélicos, com 18,3% e 19,1%, sendo Rondônia o estado com o maior percentual de evangélicos do país, com 27,75%.
Nas regiões Nordeste e Sul o evangelho também avançou, só que em proporções bem menores que no restante do país. No Nordeste, devido ao sincretismo religioso que originou o catolicismo folclórico, o evangelho cresceu menos de 10%, e na região Sul, com 13% de evangélicos, o segmento cresceu 20,4%, freado pelo forte tradicionalismo católico dos imigrantes, que resistentem ao evangelho, mas permitem o avanço de religiões não-cristãs, como o espiritismo, que teve um aumento de 44,5%, e as religiões afro-brasileiras, que cresceram 33,6.
Os batistas no Brasil - Dos 26,1 milhões de evangélicos brasileiros, apenas 32,4% pertencem a grupos históricos, como nós batistas. Filiados à Convenção Batista Brasileira, CBB, estão 942.491 brasileiros, distribuídos em 31 convenções regionais, que ao todo representam 0,55% de brasileiros e 3,60% dos evangélicos.
A região Sudeste é a que possui o maior número de membros, com mais da metade dos batistas nacionais, distribuídos em cinco convenções, num total de 533.750 membros. Sendo o Estado do Rio de Janeiro o que reúne o maior número de batistas, com 273.016 membros divididos entre as Convenções Fluminense e Carioca. A região Sul é a que apresenta menor presença batista, com 50.170 membros, que representam 5,32% do total de batistas brasileiros, sendo a Convenção Paranaense a maior da região, com 33.300 membros. O Nordeste abriga 247.053 batistas, em 11 convenções estaduais, com um percentual de 26,21%, sendo a Convenção Baiana, com 97.900 membros, a maior da região, e a Convenção das Igrejas Batistas Unidas do Ceará a mais jovem. As regiões Norte e Centro-Oeste (com Distrito Federal) acolhem, respectivamente, 54.214 e 57.304 batistas, com 5,75% e 6,08%.
Os sem religião também multiplicaram - Nos últimos dez anos também cresceu, em 55%, o número de brasileiros que se declarou sem religião, com 7,3% da população nacional, o que representa mais de 12 milhões de brasileiros
Diante dos dados apresentados pelo Censo, verificamos que no Brasil há 150 milhões de pessoas que ainda não experimentaram o poder transformador do evangelho de Jesus Cristo, sendo que ainda existem inúmeras regiões onde não há qualquer trabalho evangélico. É bem verdade que comprovar o crescimento da população evangélica no Brasil nos anima, mas ainda estamos longe do que desejamos e podemos alcançar na evangelização do nosso país.
3.O BRASIL DO SINCRETISMO RELIGIOSO
O Brasil é um lugar fértil para o surgimento e implantação de inúmeras religiões. Um terra de sincretismo e miscigenação. Da mesma forma como diversas culturas se entrelaçam, temos o mais intrincado sincretismo religioso.
Herdamos dos índios o culto aos antepassados; dos portugueses, o Catoliscimo Medieval misturado com o Satanismo; dos africanos recebemos os orixás.O sincretismo destas religiões indígenas, católicas e africanas, resultou naquilo que chamamos de religião afro-brasileira, prática essa que começou a ser conhecida como baixo espiritismo, Candomblé no sul do Brasil, e Xangô no Norte.
Mas o sincretismo não parou por aí, pois nos meados do século XIX o Kardecismo, conhecido como alto-espiritismo, chegou da França para alcançar os bem letrados, doutores, engenheiros, médicos e a liderança brasileira.
O Kardecismo, embora negue qualquer semelhança com o baixo-espiritismo, tem uma natureza feiticeira, a consulta aos espíritos dos mortos. Desta segunda mistura religiosa resultou a Umbanda.
Analisando nossas raízes, não podemos negar a influência da feitiçaria nas religiões brasileiras. Por isto, que a rigor, quando alguém diz que é católico, pode admitir ser também freqüentador do espiritismo. Há uma relação entre o catoliscimo e o espiritismo, um ponto comum até na adoração de certos santos, e divindades.
A adivinhação, consulta aos mortos, o prognóstico do futuro, magia, fazem parte da religiosidade brasileira, juntamente com a religião caseira, benzimentos, simpatias onde as pessoas leigas invocam poderes para controlar as circunstâncias de sua vida. Falar de aparições, fantasmas, almas penadas, faz parte do cotidiano da grande maioria dos brasileiros. E todas estas práticas são veementemente condenadas por Deus (Dt. 18.9-15).
A Igreja de Cristo é chamada para evangelizar neste ambiente místico (Ef. 6.12). Embora o espiritismo seja o grande comboio que esteja movendo a religiosidade brasileira, o povo, na sua insatisfação, tem buscado também as religiões orientais em diversas expressões, como Budismo, Seicho-No-Iê, Messianismo, etc.Estas raízes religiosas, quase na sua totalidade espírita, têm influenciado nossa cosmovisão, conduta, comportamento, a nação toda. A conseqüência de se lidar abertamente com as forças demoníacas, homenageando-as, é a pobreza, a miséria, a corrupção, a violência, a sensualidade exacerbada, a dissolução de nossa sociedade (Rm 1.18-32).
4.O BRASIL DOS MARGINALIZADOS
Alguns chamam de “pobres”, “miseráveis”, outros “marginalizados”. Nas estatísticas acadêmicas, aparecem como “excluídos”. Nos discursos governistas, são classificados como “menos favorecidos”.
No campo são os “sem-terra”, nos centros urbanos os “sem-esperança”. Já foram chamados de “descamisados” ou “pés descalços”. A designação pouco importa. A verdade é que eles são muitos. De acordo com o IBGE, estima-se em 42 milhões os pobres no Brasil, cerca de 30% da população. Praticamente um terço da população brasileira vive em situação de fome e miséria. O fato mais dramático ainda é que 16,5 milhões de pessoas, 11,9% do total, encontram-se em condições de indigência absoluta. O quadro é ainda mais grave se considerarmos que o Brasil é um dos grandes produtores mundiais de alimentos. Com sua vasta extensão territorial e muita terra fértil, a produção agrícola bate recordes todos os anos. Nossa economia é a 9ª do mundo. Qual o motivo, então, de tanta fome?
A razão principal é que nossa economia está estruturada de forma que beneficia apenas a menor parcela da população. Somos o país com a pior distribuição de renda da América Latina e uma das maiores do mundo. Em termos gerais, cerca de 10% da população detém 42,5% da renda nacional, enquanto 40% dos brasileiros tentam sobreviver com parcos 11,8%. A renda média dos 10% mais ricos é cerca de 30 vezes maior que a dos 40% mais pobres. Para estes nada falta. O pecado da ganância os leva a fechar os olhos para os milhões que, ao seu redor, padecem necessidades das coisas mais elementares da vida.
Os marginalizados são todos aqueles que, embora vivendo na sociedade, deixam de usufruir dos benefícios e dos recursos que ela proporciona. São homens e mulheres, crianças e adolescentes, jovens e adultos, que estão fora do sistema socio-econômico. E neste contexto vemos várias outras duras realidades que apresentam dados alarmantes:
Violência - Um relatório da organização dos Estados Americanos, divulgado em 1997, aponta disseminação da violência por todo o país. Grupos de extermínio e seqüestro no Rio de Janeiro; abuso policial e rebelião de presos em São Paulo; prostituição infantil no Amazonas são apenas alguns exemplos.
Presidiários - Existem no Brasil mais de 190 mil presidiários. E a cada hora, dois novos presos aumentam a população carcerária. São homens e mulheres que vivem na mais miserável situação que o ser humano poderia suportar. São marginalizados socialmente, têm sua personalidade desestruturada, são enfermos quanto ao pecado e quanto à saúde física, pois um grande número está contaminado com o vírus da AIDS e outros tipos de enfermidades.
Sem-terra - De acordo com levantamento de 1995 realizado pelo MST e pelo Incra, existem hoje no Brasil quase 24 milhões de trabalhadores rurais e 244 acampamentos de trabalhadores sem-terra, espalhados por vários estados. Localizadas principalmente às margens de rodovias, as habitações são precárias. De dia, faz um calor infernal e, à noite, muitas vezes, a temperatura cai drasticamente. Vivem nestes acampamentos 41.510 famílias. São crianças de peito e também idosos. São jovens, senhores e senhoras de meia-idade. Todos lutando pela dignidade da vida. Todos batalhando pelo direito justo do pão. Faltam condições básicas de saúde; fome e ameaças de pistoleiros, contratados por donos de fazendas, e da polícia, tornam dura a vida dos sem-terra.
Crianças e adolescentes - De acordo com a Unicef, cerca de 300 mil crianças brasileiras morrem por ano em decorrência da desnutrição. O que significa que em cada mil crianças nascidas com vida no Brasil, 36 morrem antes de completar 1 ano.
Desemprego - O aumento do desemprego e da precariedade do trabalho é uma agravante da situação. No período de 1990-97 houve uma perda de 2 milhões 435 mil 860 postos de trabalho formais no Brasil, e mais da metade da população economicamente ativa está na economia informal.
Enfermos - A crise também atinge a saúde pública brasileira. A cada 14 minutos e meio é descoberto um caso de hanseníase no Brasil: só em 95, segundo dados do Ministério da Saúde, foram identificados 35.906. O número total de doentes chega a 137 mil. A doença tem cura, não mata, mas pode causar seqüelas irreversíveis se não diagnosticada a tempo. Com um mês de tratamento, deixa de ser transmissível. A pior conseqüência, no entanto, é o preconceito em relação à doença conhecida erroneamente como lepra.
Precisamos agir - é neste contexto que o povo de Deus é chamado a atuar. Precisamos romper a barreira da indiferença. Falamos muito, agimos pouco. Cultuamos a Deus enquanto o cheiro da morte nos rodeia. Esquecemo-nos da misericórdia, afastamo-nos de Deus. Precisamos agir através de ações concretas no seio da igreja local, ajudando as pessoas e famílias carentes, através de projetos sociais comunitários onde o amor de Cristo seja demonstrado de forma concreta; através de uma participação mais ampla na sociedade, procurando influir para mudar a estrutura econômica e social de forma a que a justiça seja sua marca predominante.
EXTRAÍDO
Emmanuel Neto Extaído: JMN
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